sábado, 20 de junho de 2009

Magia brasileira


É possível afirmar que o Brasil é rico em sua diversidade mística e cultural. O místico não só se restringe a cultura , mas também é presente no caldeirão dos bruxos do poder político, suas poções fazem entorpecer sua população encantada.
Há relatos de muitos políticos e famosos que pedem auxílio a mandingas de pais de santo, oferecendo em troca do poder carros, velas, dinheiro e até mesmo sangue. Dá até para acreditar que esse governo de votos enfeitiçados é regido por forças ocultas que incorporam representantes políticos e fazem de nosso país algo maldito, como exemplo de Jânio Quadros, que afirmou em sua carta de despedida da presidência ser atordoado por tais forças obscuras.
Vários foram os períodos amaldiçoados: Getúlio e sua magia do populismo ; ditadura militar e hoje a fantasia de um governo sem corrupção em meio a tantos mitos democráticos...
Até nosso patrimônio verde, a Amazônia, não é suficientemente segura pelo Curupira, pela Matinta Pereira e a Iara quais são exemplo, mesmo que imaginários, de cidadãos brasileiros que defendem sua cultura nacional do olho gordo dos estrangeiros.
Uma dica: para tanto mau agouro e mal-olhado nesse país, basta um banho de cheiro da Tia Zica e fazer corpo fechado para o mal. Que a Matinta, a Iara e o Curupira assombrem e encantem as demais culturas.


Leyna Nakamigawa

domingo, 7 de junho de 2009

Para: O Excelentíssimo


Belém, 17 de Julho de 2009

Senhor Juiz,
Escrevo-lhe respeitosamente sobre a operação "Onde está seu filho?", a qual é realizada pelo DATA.
Como jovem me sinto na obrigação de registrar minha opinião sobre a ação deste órgão que já me apreendeu em uma de suas patrulhas. No momento me senti injustiçado por não poder usufruir de meu lazer mesmo que em lugar inapropriado a minha idade, contudo, reconheci o grande bem que tal juizado realiza.
No pouco tempo em que estive na Delegacia Especial vi muitos detidos de classe média-alta como eu e até filhos de políticos e juízes famosos, porém não vi nenhuma dessas crianças ou adolescentes que pedem esmolas nas ruas, as quais o senhor já deve ter sido abordado por um deles no sinal.
Essas crianças podem até não ter pais para buscá-las, todavia são estas as mais necessitadas para serem recolhidas e receber cuidados específicos.
O ideal seria o casamento entre o caráter inibidor com o social do DATA, estendendo suas áreas de atuação não somente em bares ou festas, mas também em centros di menores desocupados e carentes. Uma nova operação: "Onde está seu pai?". Poderia ser uma forma de solucionar casos de abandono ou perda, juntamente fazendo acompanhamento na estrutura familiar.
Parabenizo o trabalho do DATA e acredito que promoverá melhores mudanças fazendo valer o artigo 70, "prevenir a ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente."

Obs.: Esse é mais um de meus texto fictícios.

Leyna Nakamigawa

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Fora de Ritmo


Ansiosa para sua primeira aula de dança de salão, Ela reserva meia hora para aprontar-se (é incrível como sempre não há nada do agrado p/ vestir no guarda-roupa).
Na entrada do clube , com ar de atrasada para um compromisso muito importante, Ela entra às pressas , em passos firmes e ágeis que faziam barulho no assoalho de madeira.
Como quem n]ao quer nada, olha para o alto dos prédios do clube na tentativa de ver alguém conhecido.
Ela estava perdida, não sabia ao certo onde seria a aula, então subiu as escadas do edifício da academia para pedir informação.
Quando volta a descer as escadas percebe que alguém a observa em segredo, parecia que tal pessoa estava se escondendo de algo terrível. Apesar da iluminação precária, já de longe o reconheceu, era inconfundível o formato dos cabelos, os dedos longos e finos e o esboço do rosto de rapaz feito pela leve luz. Era Ele.
O espaço de dança era aberto. É interessante como as pessoas que suam para tonificar seus músculos param e admiram encostados em algum canto aqueles que fazem a arte de sincronizar seus corpos com um ritmo. Parece que eles queriam estar lá dançando também, mas por algum motivo não estão.
É uma rotina, de longe Ele e Ela se vêem, se admiram, porém não se falam. Neste ritmo a "coisa" não anda, muito menos dança.
É surpreendente como o orgulho multiplica uma distancia de menos de 3 metros em um infinito entre duas pessoas.


Leyna Nakamigawa