domingo, 7 de junho de 2009

Para: O Excelentíssimo


Belém, 17 de Julho de 2009

Senhor Juiz,
Escrevo-lhe respeitosamente sobre a operação "Onde está seu filho?", a qual é realizada pelo DATA.
Como jovem me sinto na obrigação de registrar minha opinião sobre a ação deste órgão que já me apreendeu em uma de suas patrulhas. No momento me senti injustiçado por não poder usufruir de meu lazer mesmo que em lugar inapropriado a minha idade, contudo, reconheci o grande bem que tal juizado realiza.
No pouco tempo em que estive na Delegacia Especial vi muitos detidos de classe média-alta como eu e até filhos de políticos e juízes famosos, porém não vi nenhuma dessas crianças ou adolescentes que pedem esmolas nas ruas, as quais o senhor já deve ter sido abordado por um deles no sinal.
Essas crianças podem até não ter pais para buscá-las, todavia são estas as mais necessitadas para serem recolhidas e receber cuidados específicos.
O ideal seria o casamento entre o caráter inibidor com o social do DATA, estendendo suas áreas de atuação não somente em bares ou festas, mas também em centros di menores desocupados e carentes. Uma nova operação: "Onde está seu pai?". Poderia ser uma forma de solucionar casos de abandono ou perda, juntamente fazendo acompanhamento na estrutura familiar.
Parabenizo o trabalho do DATA e acredito que promoverá melhores mudanças fazendo valer o artigo 70, "prevenir a ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente."

Obs.: Esse é mais um de meus texto fictícios.

Leyna Nakamigawa

7 comentários:

  1. Realmente. Concordo plenamente com você. Existem situações muito mais graves e tristes para o governo se preocupar, do que ficar mandando pessoas atrás de adolescentes de classe média-alta que resolvem aprontar por aí. Não que isso também não seja importante. É tudo consequência da falta de educação de qualidade. Operação "Onde está seu filho"? Poderia ser trocada para "Onde está a sua responsabilidade de pai?"..
    Se todo o dinheiro por trás dessas operações fosse gasto com comida e abrigo, teríamos menos pedintes nos sinais..

    Beijo maninha!

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  2. Oiii lindaaaa!!!
    quanto tempo né???
    só passando para deixar muchos besosss :p
    depois eu leio o post ^^

    =***

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  3. ahaa já foste recolhida pelo DATA, não é? huashuasas. Fã dos seus textos japinha. Leio Todos. Bjs

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  4. É tão bom ser Idealista! Eu sou Idealista, prova disso são os meus textos.

    Eu queria mudar tanta coisa em nosso país e em nossa realidade, inclusive isso que você disse no texto.

    É uma pena que quase todas as nossas leis e diretrizes que favorecem população acabam por ficar do lado daqueles que possuem maior poder econômico.

    Eita... nesses momentos é quebrada a pseudo-idéia: "todos são iguais perante a lei"

    =] ^^ =**

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  5. Gostei do seu plano "b". Contribuo com pequeno upgrade e proponho um plano "c" para o caso. De repente,o programa deveria se chamar "Onde está o seu juiz?". Esta ideia, aliás como muitas em nosso país, esta imbuída de boas intenções. O grande problema reside no distanciamento da prática, da verdadeira aplicabilidade da lei. E nesse ponto acho que o juiz deveria, como dizem os americanos, "tirar um pouco seu traseiro gordo da cadeira" e vê o que se passa na ruas, esquinas e periferia da nossa cidade quando o sol de põe.
    Não é de hoje que o Pará ajuda a vender jornais pelo país e dá audiência, principalmente aos domingos, para os programas de televisão ditos "da família brasileira". Prostituição infantil, exploração, trabalho análogo a escravidão, tráfico de pessoas e de drogas são apenas uns exemplos de outros que ajudam a formar uma imagem não das mais "suaves" na grande mídia e propriamente no imaginário popular brasileiro e que constituem esse rol nada honroso, mas não menos verossímil, polaroid do cotidiano paraense.
    Só quem em vez de mostrar trabalho pra sociedade através do enquadramento dos filhos da classe média, deveria sim fazer um trabalho preventivo. Em vez de prender, educar. Em vez de repreender, dar oportunidade. Em vez de correr atrás, chegar antes e evitar essa grande hecatombe social, que fingimos não ver através das películas de nossos carros todos os dias.

    1 beijo
    Alexandre

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  6. Escreves muito, muito bem!!! Parabens, lindona!
    Saudades demaaais!

    Beijaaao

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